Dushambe, a capital que nunca imaginamos conhecer
Depois de uma viagem de caminhão pelos outros países da Ásia Central, faltaria conhecer somente o Tajiquistão, e não voltaríamos pra casa sem visitá-lo. Lá fomos nós a caminho do e sua capital Dushambe, uma capital que nunca imaginamos conhecer.
Tudo que pesquisamos sobre a capital do Tajiquistão nos dizia que não tinha muita coisa para fazer na cidade e que em dois dias você podia visita-la. Resolvemos ficar quatro dias. Por que? Para poder ver, se não há nada de muito turístico, o mais interessante deve ser o dia a dia das pessoas que moram por lá.
O que o país tem de mais turístico é a região montanha, na fronteira do Afeganistão, conhecida como Pamir Road, um lugar magnífico, de pura natureza e de beleza bruta, mas que não estava nos planos visitar agora.
Por isso, nos concentramos em Dushambe.
Longe de tudo e de todos em Dushambe
Como se pesquisa sobre um lugar que ninguém vai
Quando começamos a pesquisa sobre Dushambe, além de encontrarmos comentários que não tinha nada para fazer na cidade, também ficamos muito na dúvida sobre em que hotel ficar. Muitos tinham aquela cara de hotel russo mal encarado.
Como a principal atração da cidade é o Parque Rudaki, resolvemos ficar a uma curta distância dele, em um hotel na frente do Teatro de Ópera e Ballet, no hotel Rohat. O hotel mandou um motorista nos buscar no aeroporto, sem custo nenhum, o que achamos bem gentil.
Eles são fascinados por fontes
Primeiras impressões de Dushambe
Ao descermos do avião, fazia aquele calor escaldante da Ásia Central no verão, acima de 40 graus. Chegamos ao hotel tentando nos comunicar com nosso motorista mas não rendeu nenhuma informação, só risada.
Nossa primeira meta era comer alguma coisa, e como sempre, recorremos ao Trip Advisor. Achamos um árabe pertinho do hotel chamada Al Sham e caminhamos até lá. O lugar era uma gracinha e a comida deliciosa! Era o que precisávamos para começar o dia com o pé direito. Voltamos com calma para o hotel caminhando pelas ruas bem arborizadas e observando o cotidiano.
Nos dias seguintes visitamos o famoso Parque Rudaki, que é a principal atração da cidade, com suas fontes, estátuas e luzes. O nome do parque é em homenagem ao poeta Rudaki, poeta e pai da literatura persa moderna. A principal avenida da cidade também tem o mesmo nome e por ela caminhávamos todos os dias, descobrindo cafés e restaurantes e observando o dia a dia das pessoas.
Também visitamos o Museu Nacional do Takiquistão, e apesar da nossa curiosidade para saber mais sobre a guerra civil do país, afinal, foi o único dos “stãos” que passou por uma guerra civil depois que ex-união soviética de desfez, o museu não conta muita coisa. Vale lembrar que o país é governado pelo mesmo presidente pré guerra-civil.
Garoto jogando seu game na praça
Dois skatistas na avenida principal do país
Vida normal no quente verão
O que mais nos chamou a atenção
Apesar do país ter 98% da população muçulmana, vimos uma grande diferença entre o que vimos por aqui e o já vimos nos países árabes. Existem várias regras do país que sobrepõe as regras religiosas para que se mantenha a cultura Tajik. Uma delas é cobrir somente o cabelo em vez de cobrir a cabeça com o véu. O governo chegou a lançar um livro com recomendações do que as mulheres podem vestir.
Mesmo tendo muitas regras diferentes do que já vimos em outros países de maioria muçulmana, no contexto geral, achamos a cidade moderna. Apesar de existir uma roupa tradicional do país, as mulheres no geral estavam sempre arrumadas na rua, de jeans ou saia. Muitas passeando sozinhas com amigas e filhos, os cafés sempre cheios, uma atmosfera bem tranquila.
O que faltou ver no país
Foi interessante ter visitado o Tajiquistão para poder ter essa ideia geral de Ásia Central, depois de ter visitado o Turcomenistão, o Uzbequistão, o Cazaquistão e o Quirguistão.
Sabemos que o mais incrível do país é a Pamir Road, mas, por ser uma região que tem status diferente, precisa aplicar um visto diferente e geralmente essa viagem é feita com uma empresa e guias, acabamos por deixar para a próxima.
Mesmo viajando há quase 7 anos, não dá para ver tudo.
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