A organizada Kigali capital de Ruanda

Quem diria que depois de quase dez meses pela África, em um dos últimos países que visitaríamos, encontraríamos a organizada Kigali capital de Ruanda.

Nosso pequena viagem por Uganda, Ruanda e República Democrática do Congo estava indo dentro dos conformes. Passamos alguns dias em Uganda e agora seguiríamos para um dos países que na teoria, é o mais organizado da região: Ruanda.

Para tirar o visto para o país, fomos até a embaixada de Ruanda em Nairóbi que além de super organizada ainda distribuía brochuras sobre o que fazer no país.  Não só conteúdo relacionado ao turismo, mas também sobre como fazer investimento, projetos que estão em andamento, etc.

Quando estávamos na África do Sul, uma amiga, a Odette, que trabalha em um banco e acaba viajando para a maioria das capitais africanas, já tinha nos alertado, Kigali é uma das capitais mais organizadas da África.

Bem-vindos a Ruanda

Como sempre, fomos lá conferir. Apesar da fronteira estar em reforma e tudo parecer extremamente caótico, ficamos impressionados quando nosso passaporte foi carimbado, sem precisar preencher nenhum papel adicional e o documento do carro, o carnet de passage, também. Sem precisar pagar nenhuma taxa referente a estrada ou preencher um monte de papelada.

Parabéns Ruanda, sem burocracia e sem complicação… começamos bem!!

Assim que caímos na estrada as diferenças já começaram a aparecer. Apesar de ser um país bem populoso, quase não vimos gente pelas estradas. Pelo contrário, vimos as plantações de chá, as estradas limpas, bem sinalizadas e com acostamento, algo que não vimos na maioria dos países por aqui.

Acho que ainda vamos nos surpreender com o que está por vir!!

Felizes de estarmos em Kigali

Apesar de Kigali, capital de Ruanda, ser mais lembrada pelo genocídio de 1994 a cidade é sem dúvidas a capital mais organizada que passamos nesses 10 meses de África (Tirando a Cidade do Cabo).

Das coisas mais simples, como semáforos, transporte público, calçadas, nada de lixo, motociclistas usando capacete, lugar para estacionar o carro. Coisas simples, eu sei, mas que muitas cidades não tem e simplesmente acaba deixando tudo mais caótico.

Em Kigali, capital de Ruanda, nosso destino foi o Bugesera Lodge. Uma amiga de Arusha tinha nos colocado em contato com a proprietária, a francesa Jocelyne e ela aceitou nos receber.

O hotel fica a 15km do centro de Kigali, em uma região bem verde, com alguns bangalôs que ainda estavam sendo terminados. No final o hotel não estava aberto ainda, mas ela gentilmente nos recebeu mesmo assim.

A Jocelyne é uma francesa que veio para África trabalhar como enfermeira em 1993, pelo Médicos do Mundo, para ajudar as pessoas que estavam sendo atacadas durante o genocídio.

Ela conheceu o marido, o Jean Christopher e eles moraram por quase 25 na Tanzânia.

Ele nasceu no Burundi, filho de refugiados de Ruanda, que fugiram do país no primeiro genocídio contra os Tutsi na década de 60. Apesar de já ter seus 50 anos, ele sempre quis morar em Ruanda, seu país de origem, e por isso eles se mudaram para Kigali e construíram o hotel.

Imagina a aula que tivemos com esses dois que vivenciaram tudo o que aconteceu na região.

Ainda bem que viemos

Para nós isso é o mais enriquecedor da viagem, poder conversar com pessoas, ouvir suas histórias.

O Leo já tinha lido muito sobre o genocídio de Ruanda, mas conversar com alguém que viveu isso, é outra história, quando rola empatia então, melhor ainda!

A Jocelyne ainda é uma cozinheira de mão cheia, então foi simplesmente delicioso ficar com eles esse dias em Kigali.