Fomos roubados no Chile e agora?

Eu e o Leo já conhecíamos Valparaíso e Viña del Mar de outra viagem nossa ao Chile em 2011, mesmo assim estávamos animados de estar ali novamente, pois nossas impressões da primeira viagem foram ótimas… Mas nada nos preparou para o que iria acontecer!

No carro discutimos um pouco a opção de dormir em um posto logo na entrada da cidade. Mas resolvemos olhar alguns hostels e guardar o posto como uma carta na manga.

No Cerro Alegre depois de bater em algumas portas, batemos no hostel Alegretto. Mesmo o preço sendo um pouco mais do que estávamos gastando na média, estávamos tão cansados, com fome e ainda estava chovendo, que resolvemos ficar.

A nebulosidade atrapalhou nossa visão de Valparaiso, inverno no Chile.

Ainda bem que ficamos! Quem nos atendeu foi a Cris. Uma americana que estava aproveitando as férias dos EUA para conhecer o Chile e estudar espanhol. Acabamos jantando os três juntos e rendeu boa risadas! Depois de dois meses em países de língua espanhola, o espanhol já estava bem melhor. Mas como somos fluentes no inglês pela primeira vez tivemos a sensação de conversar normalmente.

Dar risadas, ouvir histórias e opiniões, sem ter que ficar pensando no que estávamos falando. E isso nos deixou muito felizes!

Chuva a caminho de Santiago do Chile.

No dia seguinte acordamos com o tempo chuvoso. Nosso plano era seguir para Santiago, onde tínhamos um encontro com o editor de uma revista, parte do projeto Viagem e Comida. Nos despedimos da nossa nova amiga (que esperamos reencontrar no Texas) e fomos aproveitando as ruelas de Valparaíso. Suas casas coloridas e as pessoas pelas ruas.

Não sabemos porque mas achamos a cidade mais bonita dessa vez! Para quem não sabe Valparaíso é Patrimônio da Humanidade. As montanhas são ocupadas com construções antigas, além das ruas em paralelepípedos.

Tem até um bondinho que pode ser usado para apreciar a vista! Viña já é cidade de praia. Muito organizada, bons restaurantes, avenida beira-mar. E um dos destinos preferidos dos Argentinos nas férias.

Achamos que estava tudo bem, mas na verdade não estava.

2 meses de estrada e caímos em um golpe!

Era dia 04 de Julho… Comemoração de dois meses desde o início da viagem. Paramos para fotografar alguns surfistas na água na praia de Bahamas e na hora de ir embora, eis a surpresa: Enquanto o Leo manobrava (eu estava fora do carro) vi o pneu do meu lado rapidamente ir para o chão!

Gritei para o Leo e lá fomos nós trocar o primeiro pneu da viagem (esperamos que fosse o último).

Enquanto o Leo se sujava todo, eu aproveitei para tirar foto e filmar um pouco. Seguimos viagem para um restaurante no caminho. Queríamos fazer uma matéria e quando chegamos lá, depois de uns vinte minutos, eis a surpresa: cadê a mala de fotografia do Leo?

Reviramos o carro e nada. Nessa hora já sabíamos que tínhamos sido roubados, só não sabíamos como.

Afinal, não saímos um minuto do lado do carro!

Descrente de uma solução eficiente…

Voltamos ao lugar onde trocamos o pneu e dali fomos a procura de polícia. Encontramos um carro da marinha. O paramos e pedimos ajuda. Eles nos guiaram até um carro da polícia que nos encaminhou até a delegacia mais próxima.

Chegando lá, estávamos nervosos, óbvio, afinal além de ser nosso meio de trabalho atual, tudo valia aproximadamente uns 20 mil reais!

Não sei como a nossa polícia trata os estrangeiros que passam por esse tipo de situação no Brasil, mas a nossa sensação na delegacia foi de total descaso. O cara ainda nos disse que precisaríamos de quatro dias para ter um documento oficial para enviar para o seguro no Brasil.

Esse era o mar que eu parei para fotografar, nada demais! Saiu caro…

Sim, caímos em um golpe no Chile!

Não acreditamos. Saímos da delegacia, mais chateados do que quando chegamos, paramos em um restaurante para comprar algumas empanadas pois já eram 15:00hrs e não tínhamos comido nada. Na saída desse lugar dois homens vieram falar conosco sobre o carro e acabamos dividindo com eles o que aconteceu, um deles nos disse para irmos a outra delegacia e pedir para falar com o Oficial Superior.

Apesar de mentalmente cansados e estressados fomos lá.

Diferente da primeira delegacia que estava vazia, essa estava lotada e nem sabíamos se seria possível, afinal o mesmo homem que nos disse para ir também nos disse que era muito difícil falar com o superior.

Paramos uma senhorita que passava uniformizada por ali e pedimos pelo Oficial Superior. Logo o Coronel Vergara apareceu e ouviu toda a história gentilmente, fez uma ligação e disse que era só nós passarmos na delegacia que fomos primeiro para buscar a documentação necessária.

Nem acreditamos!! Aquele senhor com uma cara de avô legal, pelo menos nos ajudou a conseguir os documentos oficiais e não nos segurar quatro dias ali.

Acolhida por uma americana simpatica

Desmarquei a reunião com Carlos que nos esperava em Santiago e apesar de não podermos gastar voltamos para o hostel da Chris! Quando ela me viu na porta até gritou com o susto que levou. Nos recebeu e depois de contarmos toda a história ainda conseguiu um desconto para ficarmos ali mais uma noite. Fez questão de buscar uma pizza e um vinho para o jantar e tentar nos animar.

Conversamos longas horas tentando esquecer esse dia…

Com certeza o destaque do dia foi o homem na porta do restaurante, o Coronel Vergara e a Chris e isso é o que mais ficamos felizes, sempre encontrar pessoas dispostas a ajudar, de um jeito ou de outro.

E fica a lição, por mais seguro que você possa achar um país, não vacile, nós não saímos do carro nenhum segundo e mesmo assim quem roubou a mala foi audacioso o bastante para entrar no carro com a gente por perto.

Melhor assim, não ouve violência e dos males o menor! Bola pra frente…

Junto com a Chris, a simpatica americana que nos ajudou muito!

Curiosidades:

  • Na primeira delegacia nos deram um mini papel só com o número do caso. Para o seguro é importante ter um boletim de ocorrencia com toda a descrição do que ocorreu e nesse caso esse mini papel não vale para nada!
  • O pneu furado fazia parte do golpe, ou seja, quando acontecer vá com o pneu furado até um posto ou um lugar que acreditar ser seguro para dai então trocar o pneu, afinal toda sua atenção estará nisso.
  • O dono do hostel Alegretoo também tem um restaurante e os hóspedes tem desconto.

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