O maior lago de lava do mundo
Com certeza, subir um vulcão para ver o maior lago de lava do mundo na República Democrática do Congo, foi a coisa mais difícil que fizemos na viagem toda!
Se faríamos de novo? Provavelmente sim, mas sabendo a dificuldade, nos prepararíamos antes.
Apesar de estar viajando há tanto tempo estamos completamente fora de forma.Os últimos meses na África passamos basicamente o tempo todo dentro do carro. Se não estávamos dirigindo, estávamos fazendo safári, logo, sentados em um carro.
Diferente da Europa, que ficamos quase dez meses, e a maioria das cidades eram exploradas a pé. Um dia em Istambul, marcamos o quanto andamos e deu 13km.
O que ouvimos de muitas pessoas é que a subida não era de muita dificuldade, então, sendo “jovens” faríamos fácil…
A caminho de Punta Arenas, no meio do nada – Chile.
Preparativos finais
Ainda bem que tivemos a sábia decisão de ficarmos um dia a mais que o planejado na República Democrática do Congo e descansarmos entre o passeio dos gorilas e a subida ao vulcão.
Se tivéssemos feito os dois passeios seguidos, acho que teríamos desistido no meio do caminho.
No dia da subida acordamos cedo. O hotel Mikeno Lodge tinha preparado nossas malas e tínhamos como companhia um casal de belgas.
O George estava subindo pela quarta vez, e isso nos tranquilizou um pouco. Fora que se ele estava fazendo pela quarta vez, deve ser muito legal!
A previsão para a subida é de até 6 horas.
Alguns momentos do caminho até o Parque Nacional Torres del Paine, Chile.
Na beira do maior lago de lava do mundo
Fomos até o ponto de encontro na base do vulcão. Encontramos a turma toda que seguiria conosco. Dois guias, que eram na verdade guardas florestais fortemente armados, um cozinheiro, e uma equipe de umas 7 pessoas levando todas as nossas coisas.
A primeira parte em meio a floresta é tranquila e plana. Íamos caminhando, temperatura em torno de uns 30 graus. Paramos para um lanchinho, bebemos bastante água e seguimos em frente.
De repente o tempo fecha e começa e uma chuva de granizo assustadora. Pedras de gelo caiam na nossa cabeça e não tínhamos o que fazer a não ser continuar andando. Nossa roupas ficaram ensopadas. O Leo tirava as meias e as torcia para tirar a água.
A temperatura começa a cair rapidamente e a parte final do vulcão é muito íngreme. Víamos as barracas, parecia tão perto, mas nosso corpo já não respondia.
Lembro do Leo falando, vai Chel, um passo de cada vez. Seis horas mais tarde chegamos ao topo do vulcão, que estava com uma neblina gigante e não vimos nada… era só o que faltava…
Entramos em uma das barracas e enquanto nosso cozinheiro começava o jantar, tentamos nos aquecer na figueira. Tentamos secar nossas meias e tênis e acabamos só por queima-los… Depois de uma hora, alguém veio na barraca e avisou que o tempo tinha limpado.
Gente, a sensação é surreal. Literalmente um lago de lava, borbulhando na sua frente. Sentamos os quatro, Leo, eu, e o casal de belgas e ficamos ali, só vendo aquele show da natureza.
O maior lago de lava só para nós, ali pertinho jogando lava para o alto e espalhando um forte cheio de enxofre.
A caminho de Punta Arenas, no meio do nada – Chile.
A caminho de Punta Arenas, no meio do nada – Chile.
A caminho de Punta Arenas, no meio do nada – Chile.
Tentando nos aquecer um pouco
Voltamos para a barraca e o cozinheiro tinha feito uma deliciosa sopa e uma pasta para o jantar… era tudo que precisávamos. As roupas que estavam nas malas supostamente impermeável, não aguentaram a chuva, e nossas roupas estavam molhadas. A temperatura, menos cinco graus.
Estávamos todos colados na fogueira, tentando nos aquecer e secar nossas roupas. O corpo doía muito, e apesar de tudo isso, sempre que podíamos, íamos lá, dar uma olhada no lago de lava.
A caminho de Punta Arenas, no meio do nada – Chile.
Sobrevivemos, mas custou um joelho
Exaustos da escalada do dia anterior, lá fomos nós as 5:30hr da manhã retornar para o mundo lá embaixo.
A Chel infelizmente começou a sentir muitas dores no joelho. Seu tênis, já antigo e gasto pelo uso era o principal culpado. A Chel tomou dois dorflex antes das sete da manha.
Com o tempo sua dor aumentou, e apesar de ter tomado todos os remédio que tínhamos, entre lágrimas ela não conseguia mais colocar o pé no chão.
O grupo continuava nos apressando, pois estávamos em um lugar de risco de encontro com guerrilhas, milícias, então tínhamos que descer o mais rápido possível.
No fim, ela desceu carregada nas costas de um congolês… ao chegar lá embaixo estávamos tão exaustos que achamos que íamos desmaiar…
No mínimo uma boa historia para contar, rs!
Agora era hora de seguir em frente, voltar para Ruanda e seguir sentido Mombassa e costa do Quênia.
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