Por que você deve ir a Munique e Dachau na Alemanha
Mais uma vez fomos de carona de Nuremberg para Munique usando o site de caronas BlaBla e economizamos um bom dinheiro. O trem sairia em torno de 40 euros e de carona pagamos somente 7 euros. Excelente para quem está tentando economizar o máximo possível, como nós.
Fomos deixados na estação central de trem, que aliás, é bem perto da praça “MariePlatz”, principal ponto turístico da cidade. Optamos por pegar um hostel na cidade, deixamos as malas por lá e saímos para explorar o lugar. A Chel tinha visto um tour gratuito que começava às 14h na praça central. Ele mostrava um pouco de todas as várias igrejas, e da história da cidade e seu importante papel no crescimento do partido Nazista.
No tour, você paga quanto quiser no final para o guia. Foi tudo muito interessante, principalmente as partes que abordavam a questão da guerra. Descobrimos que 85% da cidade foi destruída pelas tropas aliadas e que ainda existem muitas bombas que não explodiram perdidas pela cidade. Segundo o guia, uma foi encontrada em 2012 no subsolo de um restaurante e teve que ser detonada.
Muitas igrejas sobreviveram aos bombardeios da segunda guerra, e o interessante é que elas não foram poupadas por se tratarem de um santuário religioso, mas sim porque devido a suas altas torres, elas ajudavam os pilotos a identificar uma cidade e seus centros. Portanto, se eles as colocassem a baixo, teriam dificuldades para localizar aquele lugar em uma futura viagem.
Verdade ou mito, no mínimo interessante!
O dia estava lindo e após o tour sentamos para comer um kebab, uma especialidade turca e que pode ser encontrado em toda a Europa! É uma delicia, feito de cordeiro, salada e molho de iogurte enrolada em pão sírio. Confesso que já é o quinto dia seguido que comemos isso, bom e barato! O sol ainda brilhava forte no céu e resolvemos voltar para a catedral central para ver a vida passar um pouco.
É impressionante a diversidade de pessoas que temos visto por aqui, seja de estilo, de religião, raça… é muito legal fazer parte disso tudo, poder estar ali e aumentar essa mistura.
A questão do fuso horário
Chegamos na Europa há dez dias e ainda não nos acostumamos com as seis horas de fuso horário! Muito menos com o fato do dia começar as 5 da manhã e acabar as 22:30hr da noite. Você acaba fazendo muito mais coisas, ficando mais tempo fora de casa…
Sem falar que por estarmos sem carro, estamos carregando mala para todos os lados… outro ritmo! Todos os dias estamos ficando mortos, mas nada para reclamar!
Voltamos para o hotel, tomamos um banho e desmaiamos! Na manhã seguinte iríamos visitar o campo de concentração em Dachau e depois seguir viagem. Só não sabemos para onde ainda!
Nunca se esqueça de Dachau na Alemanha
Durante nossa passagem por Munique, resolvemos visitar a pequena cidade de Dachau, e o campo de concentração da segunda guerra mundial que existe na cidade. A viagem demora menos de meia hora de trem de Munique, saindo da estação central.
Estávamos ansiosos para essa visita, afinal, é algo que sempre ouvimos falar, mas não sabemos exatamente como era ou como funcionava. Passamos pelo centro de informações e por 3,50 euros cada, alugamos os fones para fazer uma visita “áudio-guiada”. Existe em várias línguas, inclusive em Português de Portugal, que foi a que pegamos e aprovamos!
O primeiro choque que tivemos foi ao chegar na entrada do campo: já no portão é possível ler “o trabalho liberta” – algo que era usado para fazer os prisioneiros acharem que estavam sendo levados para trabalharem.
Uma verdadeira aula de história de Dachau
O campo de concentração de Dachau foi o primeiro a ser montado em 1933. Ele serviu de prisão para aqueles que eram contra o governo de Hitler, após ele dar o golpe e criar a ditadura na Alemanha. Aos poucos, seu governo foi intensificando sua perseguição contra qualquer raça que não fosse o que eles chamassem de “alemão sangue puro”, e principalmente, os Judeus.
Seguindo nosso mapa, fomos direto para os “bunkers”, onde os prisioneiros eram mantidos. Boa parte das construções, portas e janelas ainda são originais. Chega a dar arrepios andar pelos corredores e imaginar que ali já foi o epicentro de um genocídio.
Para entender melhor tudo que estávamos vendo ali, existe um completíssimo museu dentro do próprio campo, com direito a explicações, fotos e até um cinema. Gastamos um bom tempo nele e foi muito legal entender um pouco disso tudo, a queda da monarquia no país, os efeitos da primeira guerra, a crise de 1929… Tudo isso influenciou na ascensão de Hitler e seu partido.
Seguimos para os “barracões”, lugar onde eram alojados os prisioneiros. Nada mais é do que uma prisão com infra estrutura precária com diversas beliches, um banheiro comunitário, tudo muito precário para imaginar que ali viviam 10 mil pessoas. No auge, existiam mais de 20 alojamentos como esse, porém mesmo com o fim da guerra, muitas pessoas não tinham para onde ir ou voltar. Por isso, continuaram a viver neles, até que na década de 60 eles foram derrubados e as pessoas realocadas.
A parte mais difícil foi visitar os crematórios e suas câmeras de gás. Apesar de não haver indícios que as câmeras de gás desse campo foram utilizadas, só de estar dentro delas, olhar toda a engenhosa máquina do mal, ver os fornos com as macas, é de dar calafrios. Existem algumas pessoas do partido Nazista que afirmam que algumas câmeras de gás foram criadas após o final da guerra em uma tentativa de incriminar os Nazistas pelos crimes de guerra.
Aprendendo com os erros do passado
Sem perceber, passamos quase quatro horas dentro do campo. Foi um lugar onde tivemos a oportunidade de aprender muitas coisas, principalmente sobre a primeira metade do século passado e ter uma ideia de quão longe pode ir a maldade do ser humano para justificar suas crenças e desejos. O que me entristece é saber que mesmo depois de sessenta anos de “evolução”, a discriminação por causa de classe, sexo e raça ainda continua existindo em vários lugares do mundo. Nem sempre é de forma explícita e escancarada, mas muitas vezes de forma velada e até institucional.
Falando em guerra, a paz é algo que ainda não atingimos. Fomos à lua, descobrimos a cura de muitas doenças, evoluímos em diversos campos, mas a guerra ainda é uma realidade, tanto quanto era centenas de anos atrás. Tomara que um dia a evolução seja para algo mais humano e igualitário, onde todos possam ter acesso a uma condição de vida justa, independente da sua raça, credo ou cor!
Era hora de voltar para Munique e iniciar nosso retorno sentido Holanda, onde o carro está para chegar!
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