América Central – El Salvador
Longo dia de fronteira para El Salvador
Depois de ficar mais de um na Nicarágua, chegou a hora de ganhar terreno e cair na estrada. Deixar para trás o pessoal do Miramar Surf Camp foi difícil. Afinal fomos acolhidos como uma família por eles, nosso plano de ficar três dias foi estendido para vinte…
Miramar fica localizado a 25 minutos de Leon. Leon está relativamente no norte do país e até a fronteira com Honduras não são nem duas horas. Saímos cedo, antes das 9h já estávamos na estrada. Tanque cheio, cópias extras de todos os documentos, comida e muita paciência. Afinal tínhamos uma missão: Cruzar a fronteira da Nicarágua para Honduras e de Honduras para El Salvador.
Por que uma missão? Por que entrar em um país com um carro próprio é sempre uma missão impossível. E desde que saímos do Brasil todo mundo que cruzávamos na estrada falava: “Honduras é muito complicado, vocês vão ver, eles vão tentar extorquir vocês de todas as formas, vai demorar muito, se preparem!” – Bom, foi isso mesmo que fizemos…
Assim chegávamos em mais um país em nossa volta ao mundo de carro: El Salvador!
Ambiente de fronteira é desagradável, com exceção de algumas no Chile e no México
As fronteiras na América Latina toda são um lixo. Cada uma com seus defeitos, mas todas muito desorganizadas, sujas e mal sinalizadas. A quantidade de ambulantes, cambistas, aproveitadores (principalmente se você for europeu ou americano e não falar nada de espanhol) chega a ser irritante! Geralmente nas fronteiras o processo é sempre o mesmo: Você faz a saída da pessoa do país (carimbar o passaporte com a saída) e depois faz a aduna de saída do carro (geralmente devolver um papel da importação temporária).
Depois faz o mesmo processo no próximo país de entrada, carimba o passaporte de entrada e depois vai fazer a burocracia de aduana de entrada (é aqui que sempre demora).
Sair da Nicarágua foi rápido, tivemos que pagar uma taxa de 2 usd cada um e pronto. Seguimos para Honduras e já vimos um monte de gente acenando, correndo atrás do carro e querendo ajudar. Nessas horas falamos que somos jornalistas e que estamos fazendo um estudo das fronteiras, e portanto temos que fazer tudo por nossa conta.
Eles parecem que entendem essa nossa forma educada de dizer “não” e nos deixam em paz!
A primeira surpresa foi que o prédio estava recém-reformado e bem arrumado, segunda surpresa foi que ao dizer que éramos brasileiros (é o motivo que eu acho) fomos levados para uma sala com ar-condicionado. Onde o chefe da imigração nos atendeu, preencheu nossos papeis e nos desejou boa viagem, tudo muito cordial. A aduana foi um pouco mais chato, era hora de almoço e o único encarregado disso não estava muito afim de trabalho.
Uma hora mais tarde, 35 dólares de taxa e mais varias cópias de tudo e ai estávamos prontos para atravessar Honduras rumo a El Salvador.
Teoricamente, quanto menos desenvolvido o país, mais bagunçada é a fronteira!
Cruzando Honduras em apenas 4 horas
Demoramos mais ou menos 3 horas de viagem, direto e reto, sem parar para nada! Um caminho feio e sem nada para ver. Ah, nesse trajeto vimos SEIS barreiras policias, das quais fomos parados em três delas. Com tudo em dia, somente olhavam os documentos e deixavam nós seguirmos em frente! Sair de Honduras já foi um pouco mais complicado, por ser domingo e depois das 16 horas já não havia “quase” ninguém trabalhando.
Conseguimos carimbar os passaportes para sair mas não achávamos a Aduana de forma alguma. Perguntar para os “ajudantes” é pior do que dizer que quer comprar algo na 25 de março, os caras grudam em você até você dar alguma coisa “$$$”. Ficamos iguais baratas tontas ali, achamos um policial que gentilmente chamou um fulano na rua para saber aonde estavam os agentes de aduana.
O tempo passando e ninguém sabia como ajudar, nem mesmo o policial…
Por fim tinha uma casinha minúscula escondida que tinha um cara para fazer a saída. Ele pegou meu papel de entrada, olhou, preencheu um recibo com uma assinatura que lembrava os tempos do império de tão grande e me desejou boa viagem.
Tudo que queríamos era ir logo e chegar em El Salvador ainda de dia, afinal não gostamos de dirigir a noite por segurança.
Feliz ou triste de ver essa placa?
Hora de seguir em frente.
Carimbar os passaportes na entrada de El Salvador foi lindo, não levou nem cinco minutos, foi quase um “drive though”. Paramos o carro colado ao guichê e pronto! Já a Aduana foi o inverso do primeiro processo… Primeiro que sem saber onde era a aduana simplesmente fomos indo, passamos por diversos caminhões, agentes e já que não tinha placa fomos. Chegou uma hora que atravessamos uma cancela aberta e umas 10 pessoas apareceram do nada para impedir nossa passagem.
Pronto, descobrimos onde era a Aduana! Um quilometro dali chegamos a um galpão onde fazia a revisão de bagagem e documentação de entrada. Apresentamos os documentos e depois de quase duas horas tivemos os papeis para entrar. Não me perguntem o porquê da demora.
Um dos pontos que soubemos é que nosso documento não tinha a palavra “Land Rover” e sim “LR” somente, algo que sempre precisamos explicar e falar algumas baboseiras para eles seguirem em frente!
Poucos países do mundo você encontra tantas armas como em El Salvador.
Depois de um dia inteiro entre fronteiras, chegamos em San Miguel
No final de tudo a noite já havia caído e estávamos a uma hora de San Miguel. Lugar que há um mês atrás foi evacuado por conta de erupção de um vulcão, chegamos exaustos na cidade. O GPS mais perdido que cego no meio de tiroteio, comemos um sanduíche no Burger King e fomos atrás de um hotel. Achamos um bonito, o preço não era tão bom.
Mas depois de um dia inteiro de tanta burocracia, dor de cabeça, cansaço, tudo que nós queríamos era um banho e dormir. Amarramos nosso burro ali mesmo, comemoramos por ter cumprido a missão dada e desmaiamos de sono!
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