Sarajevo, uma surpresa de cidade no leste Europeu

Depois de uma rápida visita a Montenegro, um país que nunca imaginamos que iriamos conhecer, seguimos em direção nosso trigésimo primeiro país, a Bósnia e Herzegovina.

Apesar de ter feito uma rápida visita ao país quando ainda estávamos na Croácia, quando fomos até Mostar, agora iriamos explorar o país com um pouco mais de tempo e calma.

Cruzamos ainda cedo a fronteira de Montenegro para Bósnia e tivemos um lindo visual nos acompanhamos por um bom tempo. Um região bem montanhosa, com muitos vales, alguns vilarejos e muito verde.

Depois de mais de quase 15 países na Europa, a Bosnia foi o primeiro país em que percebemos grandes diferenças, a começar pelas estradas, todo o padrão de pistas duplas, poucos buracos, ares de descanso se foi, voltamos a pistas simples, partes esburacadas e zero cuidado com o motorista. Optamos em seguir pela estrada principal, que seguia até Mostar e então de lá, dirigir até a capital do país, Sarajevo.

A famosa Latin Bridge em Sarajevo e onde o arquiduque Franz Ferdinand da Áustria foi assassinado

Levamos algumas horas para chegar em Mostar

O ponteiro já passava do meio dia quando resolvemos dar uma parada na cidade para comer um delicioso Cevapi, no centro de Mostar. De lá, com as barrigas cheias, seguiríamos os 150km restantes até o nosso destino final.

Novamente o caminho nesse trecho final se deu entre montanhas e muitas curvas, o clima não estava ajudando muito, e alternava entre garoa e chuva. Contudo com muita calma e paciência fomos devagar até chegar Sarajevo. Tínhamos duas coordenadas anotadas de campings na cidade, porém a primeira se mostrou errada e nos levou em uma casa, sem sinais de camping por perto. No caminho achamos um, mas ele parecia meio abandonado e não gostamos. Por fim, com o dia já terminando e a chuva apertando tocamos para nossa ultima opção, mais caro também, algo como 30 euros, e se acomodamos em um camping próximo do aeroporto da cidade.

O que não sabíamos, é que no mesmo terreno do campimg existia uma mesquita e, por Sarajevo ser uma região muçulmana, cinco vezes ao dia os alto-falantes da mesquita ecoavam seu chamado para reza, inclusive uma ao nascer do sol, as 5 da manhã. Foi uma experiência diferente!

Sem querer acampamos no quintal de uma mesquita. Fomos surpreendidos na madrugada com o chamado para a reza.

Descobrindo Sarajevo

Depois de comer os deliciosos “pitas” em Sarajevo, saímos para “pernar” pelo pequeno, mas interessante, centro da cidade. Achamos um centro de informações e uma simpática moça nos deu um mapa e nos ajudou a encontrar a “Insider”, uma das principais agencias de turismo da cidade.

Queríamos saber sobre alguns tours pela cidade “Guerra da Bósnia” e saber sobre a exposição que explicava passo a passo como se desenrolou a ultima grande guerra do século 20.

Tentamos ao máximo fazer tudo caminhando, pois o centrinho é um charme

Detalhes do artesanato local! Vimos muitas coisas bonitinhas por lá.

A Rachel diante do prédio da prefeitura, chamado Vijećnica.

Tour para entender a história local

Pagamos 2 euros de entrada, e uma hora mais tarde já tínhamos uma boa noção da tragédia que havia rolado naquela cidade em 1992. É imprescindível ter um bom conhecimento da língua inglês nesses tours. Para quem não se lembra bem da historia dessa guerra, por motivos complexos e difícil de explicar em poucas palavras, as forças Sérvias cercaram Sarajevo, que fica em um vale, e durante três anos controlaram o ingresso de comida, agua e energia na cidade, forçando os mais de 200mil habitantes a morrerem de fome e frio.

Munidos de uma capacidade bélica infinitamente maior que os Bósnios, as forças Sérvias isolaram Sarajevo do mundo, seus atiradores de elite acertavam crianças, idosos e mulheres, ou qualquer outro civil que fosse pertinente. São vários os casos de morteiros lançados em filas de padaria ou mercado, matando dezenas de pessoas. O ONU interviu e durante um período de tempo tomou conta do aeroporto, proporcionando a chegada de comida e agua para a população ilhada. Segundo a exposição, foi a maior ajuda humanitária organizada pela ONU na historia, até então.

Para sobreviver a tamanha isolamento, a população de Sarajevo construiu, secretamente, um túnel de mais de 800 metros debaixo do aeroporto, garantindo acesso além do cerco, e possibilitando o ingresso de suprimentos para suas pessoas. As marcas da guerra ainda estão muito nítidas e vivas pela cidade, principalmente em algumas casas e prédios.

As marcas da guerra ainda estão por todos os lados.

Fomos conhecer os famosos túneis

Depois de algumas horas andando pelas pequenas ruas do centro, apreciando uma cultura com claras influencias árabes, muitos doces, cerâmicas, narguilés, resolvemos ir conhecer os tais famosos túneis, que salvaram a cidade durante a guerra.

A agencia que falamos acima oferece esse tour, mas resolvemos ir com nosso próprio carro. Meia hora mais tarde paramos em frente a uma casa normal, sem nenhum sinal de um túnel a não ser a placa “Tunel here”.

Pagamos algo como 4 euros e entramos em um quintal onde diversos cartazes explicavam detalhes da guerra, a mostra também algumas minas terrestres e debaixo do quintal, ainda preservado existe 20 metros do túnel original, com largura média de 1 metro e não muito mais alto que isso.

Lá também assistimos um vídeo de 15 minutos com imagens do dia a dia da guerra, pesado!

Visitar de perto os túneis usados na guerra com certeza foi algo marcante em Sarajevo.

Um longo e interessante dia!

O dia estava chegando ao fim, mas decidimos voltar o centro, sentar em um café, comer uns docinhos de massa folhada e ver o tempo passar, algo parecia nos prender a essa cidade, não queríamos ir embora.

Regressemos ao nosso camping quase meia noite, o clima apesar de não estar dos melhores, não atrapalhava, iríamos dormir felizes por ter conhecido uma cidade que ano a ano muda para melhor e que aos poucos vai deixar para trás as marcas dessa trágica guerra.

Fim do dia era hora de sentarmos em um dos muitos cafés do centro de Sarajevo e viver como os locais.

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